A participação da mulher no mercado de trabalho é um tema de extrema importância para a sociedade. Existem muitos avanços que já foram garantidos, mas, ao mesmo tempo, permanece uma grande desigualdade nesse campo. No presente artigo, traremos algumas reflexões necessárias sobre o assunto.
É uma questão muito ampla e que deve ser levada a sério por pessoas de qualquer gênero. Uma maior participação das mulheres no mercado só trará benefícios à sociedade, promovendo espaço para o desenvolvimento de pessoas que têm muito a contribuir para as instituições e empresas. Vamos lá?
O histórico da participação da mulher no mercado de trabalho
Se levarmos aos primórdios das sociedades humanas, é notória a desigualdade que a mulher vem ocupando em relação ao homem. Contudo houve mudanças interessantes, proporcionadas justamente pelas pessoas que questionaram essa diferença dada a uma grande parte da população.
Um exemplo dessa distinção é a questão do acesso à educação. Há algumas décadas, era vedada às mulheres a possibilidade de cursar o ensino superior. Antes disso, até a própria alfabetização já foi algo reservado apenas ao mundo masculino.
Vamos listar alguns exemplos históricos desse tipo de desigualdade, sendo que muitos deles permanecem até hoje, principalmente se considerarmos o contexto social no qual estão inseridos. Eles não necessariamente estão ligados à questão do trabalho de maneira direta, mas influenciam as possibilidades de vivência das mulheres e, consequentemente, o âmbito profissional:
· proibição de participar do processo eleitoral;
· redução da vida ao trabalho doméstico e cuidado da prole;
· baixa participação nos cargos políticos e de gestão;
· exclusão de participarem da formação no ensino superior.
Invisibilidade do trabalho doméstico e avanços
Antes de tudo, é essencial salientar que, embora historicamente as mulheres não ocupassem os postos valorizados, elas sempre contribuíram de alguma forma para o desenvolvimento da sociedade. As funções de cuidar dos filhos e da casa, normalmente reservadas a elas, até hoje não são reconhecidas como um “trabalho de verdade”, mas são atividades complexas e diárias, sem as quais nenhum núcleo familiar sobreviveria.
No último século, com as grandes guerras e a luta das mulheres por direitos, passou-se a existir uma maior inserção de tais pessoas no mercado de trabalho oficial. A cada dia, mais mulheres têm acesso a postos normalmente concedidos apenas a homens, como os de gestão. Uma boa orientação de carreira contribui para o desenvolvimento delas.
A situação do mercado e os desafios atuais
Ainda há muito a ser conquistado para que as coisas sejam mais equitativas. Esse tipo de discussão cai com frequência em termos de opinião própria ou preferências pessoais, mas tal posicionamento é um engano. Existe a necessidade de políticas públicas e ações do setor empresarial para oferecer uma equidade de possibilidades a ambos os gêneros.
Se pensarmos, por exemplo, na questão da propriedade de terras no país ou mesmo na distribuição de pessoas que têm uma habilitação para dirigir, ambas são um terreno predominantemente masculino. Tais situações apenas evidenciam os tipos de desafios que devemos enfrentar para verdadeiramente contornar o problema da desigualdade de gênero.
Desafios enfrentados por mulheres no mercado
Apesar das conquistas, não podemos deixar de ressaltar as dificuldades ainda hoje enfrentadas por muitas mulheres brasileiras para se inserirem como profissionais reconhecidas. Uma situação que evidencia essa desigualdade é a questão da diferença salarial.
Inúmeras pesquisas, que incluem países estrangeiros, inclusive, apontam que as mulheres ganham em média 30% menos do que seus colegas de trabalho do sexo masculino, ocupando os mesmos postos. Se de fato há uma diferença salarial, que só pode ser explicada pelo sexismo, então temos um problema a ser encarado por todos e todas.
Estamos falando aqui de uma questão muito básica, mas que acaba por ser invisibilizada na sociedade. É um problema estrutural, que reduz as chances de uma mulher se sobressair e até mesmo alcançar estágios básicos, como o de conseguir o primeiro emprego, escancarando a divergência com que o gênero é tratado na maior parte das sociedades.
Outro exemplo disso é a cultura machista nos ambientes de trabalho. É comum casos de mulheres sendo assediadas ao exercerem suas funções, causando constrangimento e danos severos que impossibilitam o desenvolvimento profissional de tais pessoas.
Além disso, existe uma dificuldade que gestoras femininas muitas vezes encontram para serem levadas a sério enquanto chefes de uma equipe. Infelizmente, há uma resistência nesse sentido pelos outros funcionários, contribuindo para a baixa permanência de mulheres em cargos de liderança. Portanto ainda há muito a ser feito.
A importância da mulher no mercado de trabalho
Entretanto nem tudo são reclamações. Primeiro, vale ressaltar a diferença que a contribuição de mulheres faz em um espaço coletivo. Existem pesquisas atuais que comprovam a predominância de homens em casos de corrupção em vários países. Os dados revelam que elas implantam mais políticas sociais, inclusive com menos recursos, e têm menos probabilidade de se envolverem em irregularidades administrativas.
Conquistas alcançadas nos últimos séculos e atualmente
· Diminuição dos centros de ensino com acesso restringido a só homens ou só mulheres;
· Conquista da licença-maternidade e, paralelamente, da garantia constitucional ao divórcio;
· O nítido aumento da participação de mulheres no mercado de trabalho como um todo;
· Cada vez mais homens assumem o papel integral de cuidar de um filho, abrindo oportunidades de trabalho para as mulheres.
A representatividade não é um fenômeno que deva ocorrer por si só. Não estamos falando aqui de contratar mulheres apenas para ocupar vagas e fazer propaganda a respeito disso. É necessário pensar formas objetivas de ampliar o espaço da mulher no mercado de trabalho. Em seguida, vamos apresentar algumas soluções nesse sentido.
Possibilidades de inserção da mulher no mercado de trabalho
· Priorizar mulheres nos cargos de gestão em empresas públicas e privadas;
· Criar programas de combate ao sexismo e ao machismo na cultura empresarial;
· Oferecer programas de licença-maternidade que contemplem as reais necessidades de mães no mercado de trabalho;
· Propiciar no ambiente empresarial uma escuta igualitária, que consiga trazer para o grupo as demandas de todas e todos os colaboradores de cada instituição.
A questão da presença de mulheres nos espaços tradicionalmente masculinos é um fator que deve ser levado a sério por qualquer grupo de trabalho. Finalizamos este artigo com mais uma reflexão: a comparação entre políticos homens e mulheres é extremamente desigual.
Qualquer cargo público — municipal, estadual ou federal — é majoritariamente ocupado por homens. Isso quer dizer que as leis e as regras da nação são criadas e votadas por pessoas de um único gênero. Com isso, tal disparidade influencia na forma como a sociedade é estruturada.
Até aqui, vimos alguns pontos importantes sobre a participação da mulher no mercado de trabalho. É um tema complexo e delicado de ser tratado. Isso acontece por conta da necessidade de reconhecer direitos já garantidos, o que ocorre paralelamente à urgência de buscar novos espaços de trabalho para o público feminino.
Entende a importância de discutir esse tipo de assunto publicamente? Então, compartilhe este artigo em suas redes sociais e mostre a outras pessoas por que as mulheres devem conquistar seus espaços.