Os livros de José de Alencar são reconhecidos por serem romances com uma pitada de aventura e emoção, por isso não podíamos deixar de falar sobre uma história com um pouco de tudo isso.
No romance Til, o autor documenta o cotidiano de uma fazenda do interior paulista. O enredo gira em torno de Berta, personagem central de grande influência sobre todas as outras personagens do livro, e os segredos que envolvem seu passado. Adotada ainda bebê, a menina é criada por Nhá Tudinha e seu filho Miguel, que não a considera simplesmente uma irmã e demonstra profundos sentimentos por ela. Com o passar dos anos, a garota se torna muito educada e simpática com todos, mas com uma pessoa em especial, Brás, que era rejeitado por todos por ter uma deficiência física, e a única a lhe dar atenção e carinho era Berta, que o alfabetiza. Ela percebe que Brás se sente atraído pelo til (~), por isso diz ao menino que ela se chama Til, para aproximar-se mais e conseguir alfabetizá-lo.
Muitos segredos do passado envolvem a vida de Berta que, ao longo da narrativa, mostra-se uma menina especial. Ela tinha esse reconhecimento dentro da fazenda onde morava; diziam que a menina tinha uma atenção redobrada com os que sofrem, pessoas e animais, e marcada por sua generosidade.
Trata-se de um romance que prende o leitor pelos mistérios durante a narrativa, pois é um livro cheio de suspenses e ações repentinas, inesperadas. Acima de tudo podemos destacar duas coisas importantíssimas que se devem ao romantismo da época: o amor e a aventura.
Na obra se destacam também alguns erros de caráter e moral, sendo eles apontados pelos personagens Zana e Jão, pontuados como a marginalização do indivíduo, o autoritarismo entre Luís e Jão, a falta de amor e o desprezo pelo outro, que ocorre com Brás. Berta tem como papel vir para consertar as coisas erradas, como uma espécie de luz para a narrativa, capaz de escrever certo por linhas tortas.
Interessante mesmo é procurar ler o livro, pois as personagens de Til são arquétipos da sociedade brasileira do século XIX: os escravos, os aristocratas, o povo pobre.
Boa leitura!