Imagina se o tempo não tivesse mudado e ainda vivêssemos como na época em que os nossos pais arranjavam os casamentos para os seus respectivos filhos? Melhor não, né? Mas a obra de Visconde de Taunay, intitulada de Inocência, conta exatamente a história sobre dois jovens apaixonados, que encontram muitos empecilhos para ficarem juntos.
O livro é baseado no movimento do Romantismo em sua primeira geração, que define no Brasil a fase nacionalista, ou seja, envolve obras vivenciadas no sertão, na mata, e a valorização da natureza. Porém existem fatores do Romantismo na Europa que também foram aplicados nessa obra, bem como o sentimentalismo, supervalorização do amor e a idealização da mulher.
Falando um pouco do livro…
Inocência é uma história de amor impossível, envolvendo Cirino, prático de Farmácia que se autopromoveu médico, e Inocência, uma jovem do Sertão de Mato Grosso, filha de Pereira, pequeno proprietário típico da mentalidade vigente entre os habitantes daquela região.
Ela é uma jovem garota já prometida em casamento pelo seu pai a Manecão, um homem criado no sertão, de índole violenta. Porém, um belo dia, um farmacêutico também jovem chamado Cirino acaba se hospedando na casa de Pereira, o pai da moça, e se apaixona por Inocência, mas o romance entre eles não será tão fácil como parecia.
Pereira desconfiado do envolvimento dos dois decide cuidar de sua filha de perto, tendo sempre a ajuda do Tico, um anão mudo que vive colado em Inocência.
Os dois jovens, determinados em ficar juntos, começam a lutar por esse amor, achando mil maneiras para convencer o pai de Inocência a desistir do trato e aceitar Cirino como futuro marido de sua filha. Eles contam com a ajuda do padrinho do moço, mas nada adianta.
Além da história do envolvimento dos dois, também tem a presença de uma personagem chamada Meyer, um estrangeiro que arrasta asas para moça, deixando aflorar o ciúme de Cirino e a ira de Pereira.
Vale ressaltar que o escritor, de origem nobre, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, e destacou-se por sua formação e talentos nas mais variadas áreas. Além de escritor entusiasta da cultura nacional, Taunay também foi engenheiro, professor, artista plástico, político, músico, historiador e sociólogo.
Sua obra Inocência pode ser considerada a obra prima do romance regionalista (Sertão do Mato Grosso) do nosso Romantismo.